quinta-feira, 26 de agosto de 2021


Por Que, Por Que, Por Quê?

 Grupo CRIA


Por​ ​que, ​ ​por​ ​que, ​ ​por​ ​quê?
Me​ ​dê​ ​um​ ​motivo, ​ ​eu​ ​quero​ ​saber
Por​ ​que, ​ ​por​ ​que, ​ ​por​ ​quê?
São​ ​tantas​ ​perguntas​ ​pra​ ​se​ ​responder
Sei​ ​que​ ​todo​ ​mundo​ ​se​ ​preocupa com​ ​a​ ​minha​ ​alimentação
Mas​ ​pra​ ​saciar​ ​a​ ​minha​ ​cuca
Não​ ​há​ ​sopa, ​ ​nem​ ​peruca
Só​ ​resposta​ ​pra​ ​questão
Me​ ​diz
Por​ ​que​ ​o​ ​homem​ ​foi​ ​à​ ​lua?
Me​ ​diz
Por​ ​que​ ​o​ ​gelo​ ​flutua?
Me​ ​diz
Por​ ​que​ ​eu​ ​tenho​ ​que​ ​dormir?
Por​ ​que​ ​o​ ​cachorro​ ​levanta​ ​a​ ​pata​ ​pra​ ​fazer​ ​xixi?
Por​ ​que, ​ ​por​ ​que, ​ ​por​ ​quê?
Me​ ​dê​ ​um​ ​motivo, ​ ​eu​ ​quero​ ​saber
Por​ ​que, ​ ​por​ ​que, ​ ​por​ ​quê?
São​ ​tantas​ ​perguntas​ ​pra​ ​se​ ​responder
Sei​ ​que​ ​alguns​ ​assuntos​ ​são​ ​sensíveis
Mas​ ​não​ ​acho​ ​que​ ​é​ ​bom​ ​calar
Nem​ ​tente​ ​evitar​ ​minha​ ​proposta
Porque​ ​sim, ​não​ ​é​ ​resposta
E​ ​eu​ ​vim​ ​pra​ ​perguntar
Me​ ​diz
O​ ​que​ ​que​ ​faz​ ​o​ ​presidente?
Me​ ​diz
O​ ​que​ ​a​ ​fada​ ​faz​ ​com​ ​dente?
Me​ ​diz
O​ ​que​ ​é​ ​salameminguê?
Me​ ​diz​ ​de​ ​novo, ​ ​onde​ ​eu​ ​morava​ ​antes​ ​de​ ​nascer?
Me​ ​diz
Por​ ​que​ ​existe​ ​fechadura?

Me​ ​diz
Por​ ​que​ ​o​ ​remédio​ ​cura?
Me​ ​diz
O​ ​que​ ​é​ ​o​ ​boi​ ​bumbá?
Por​ ​que​ ​o​ ​peixe​ ​não​ ​se​ ​afoga​ ​no​ ​fundo​ ​do​ ​mar?

A Avó

 Grupo CRIA



Se eu demoro no banho

Sei que parece estranho

Minha pele enruga igual a da vovó


Se eu olho pro alto

Minha mãe erra o talco

E o meu cabelo fica igual ao da vovó


Se eu fico cansada

Com a vista embaçada

Enxergo igualzinho a vovó


Sei que a vida se repete

E que a minha mãe se esquece

Quando conta a mesma história

Diz que a sua memória

Tá ficando igual a da vovó!

Os Irmãos

 Grupo CRIA


Eu vou dizer, mãe, o que aconteceu
Eu tava lendo o livro que você me deu
E de repente veio ele estabanado
Chegou bem aqui do lado
E soltou um pum daqueles
Quem começou foi ele!

Mas você sabe, mãe, que eu sou um santo
Eu tava ali, quietinho no meu canto
E de repente veio ela com um papo
Cê sabe que eu fico brabo
Se me chama de banguela
Quem começou foi ela!

Desculpa, mãe, a gente só tava brincando
É que a brincadeira esquenta
Fica um pouco violenta
E aparenta que tava brigando
Eu sei, mas pai já foi tudo esclarecido
É que a gente já tá crescido
Já aprende com o ouvido
A gente nem precisa de castigo

Eu vou dizer, pai, tudinho que ele fez
Ele disfarça na frente de vocês
Mas escondido ele me dá um sopapo
Faz barulho com o sovaco
‘Inda mostra a língua dele
Quem começou foi ele!

Pai, vou dizer o que tá acontecendo
Eu tava ali, jogando meu Nintendo
E de repente veio ela enxerida
Me fez perder duas vidas
Sem me deixar ver a tela
Quem começou foi ela!

Irmão é mesmo um bicho
Um tanto quanto interessante
Briga, ama e segue adiante
Às vezes quando cresce
Fica um pouco mais distante
Mas continua implicante!


A Família

 Grupo CRIA

 

Quem é você no porta-retrato da sua família, e por quê?
O seu rosto corado na foto sequer desconfia
Das funções da sua mãe que, além de esposa, é nora e tia!

Quem é você na folha do galho da árvore sempre a crescer?
Quando chega a crise da identidade roubada
Ao notar que sua irmã, que é sobrinha e prima, também é cunhada!

Aprendi que toda família é um enorme carrossel
E que cabe a cada um descobrir o seu papel
Mas, ainda assim, entendo a sua posição
Espantado com seu pai que é genro, que é sogro e também é irmão!

O Bolo

 Grupo CRIA



Tudo o que te resta

É aturar as tuas tias

Pra no fim da festa

Comer cinco ou seis fatias


Os beijos na testa

E as bochechas apertadas

Pra no fim da festa

Deleitar-se nas bocadas


Mas agora pense

Que tamanha decepção

Se no lugar do bolo

Tiver torta de limão


Todo mundo sabe que pra não causar embate

Bolo de verdade tem que ser de chocolate!


Busca uma fresta

Pra roubar a iguaria

É só pro fim da festa

E lá vem a gritaria


Eis que chega a hora

De cantar os parabéns

Você comemora

Com aleluias e améns


Mas agora pense

Que tamanha decepção

Se no lugar do bolo

Tiver torta de limão


Todo mundo sabe que pra não causar embate

Bolo de verdade tem que ser de chocolate!


Quando chega perto

Já pronto pra assoprar

Vem um engraçadinho pra puxar: Com quem será?

Só que na agonia

Não dá mais pra segurar

Rouba uma fatia

Antes mesmo de acabar






 

MANÉ PIPOCA (Domínio Público)





M-a Ma N-é né, Mané P-i pi, Mané pi P-ó pó, Mané pipó C-a ca, Mané pipoca C-a ca P-ó pó, capó P-i pi, capopí N-é né, capopiné M-a ma, capopinema Tatiana Parra: vozes

POMBINHA VOOU (Folclore brasileiro adapt. Luiz Ribeiro)


Pombinha, quando tu fores escreve pelo caminho se não achares papel nas asas de um passarinho. Da boca faz um tinteiro da língua, pena dourada dos dentes, letra miúda dos olhos, carta fechada A pombinha voou, voou foi-se embora e me deixou Pombinha quando nos ares Te lembre minha saudade Acena do horizonte E voa com mais vontade Das asas faz o teu guia Do vento, teu companheiro Da chuva, o teu caminho Do sonho, o mais verdadeiro A pombinha voou, voou foi-se embora e me deixou Tatiana Parra: voz Luiz Ribeiro: violões e baixo

A HISTÓRIA DO H (Luiz Ribeiro)





Lá vem seu H de perna de pau

Tão sozinho Não tem nenhum som Não faz nenhum mal Coitadinho Ia por aí No hotel no hospital Com o homem de helicóptero Mas era infeliz... Foi procurar um amigo Encontrou a letra N Que é mal-humorada Cheia de nhémnhémnhém Sonhando de manhã Vinham passear No hoje e no amanhã Juntos, desenhando essa canção: N, H, nhá Nhém, nhém, nhém, Nhím, nhém, nhim, nhém, nhim, nhém Olhando lá pra cima Encontrou a letra L E foi bem lá do alto Que o L olhou pra ele Pulando no molhado Correndo de abelha Nas telhas do telhado Foi que eles colheram essa canção: L, H, lha Lha, lha, lha H, L, L , H, lha Com a letra C Fez mais uma amizade E fizeram chhhhhhhhhh!... Porque já era tarde Brincaram pela chuva Chovendo pelo chão Chocalho e chicote Chacoalhando uma canção: C, H, chá Cha, che, Chico Chove chuva... Tatiana Parra: voz e vocais

BICHO DO BARULHO (Luiz Ribeiro)



A serpente do saci

Sobe sobre a soleira Sorrindo sutilmente Solta o rastro que incendeia Ssssssssssssssssss... Serpente sai assando, No assoalho, o seu corpo Sorrindo e sambando De saída, meio torto Sssss sssss sssss... Roncando rói o rato Rouba a roupa lá na feira Roendo rouba a rosa Amarra o rabo na correia Rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr... Rói rápido esse rato Ronco, serra e serrote Roubando esse cravo Ou roendo o caixote Rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr..​. Zanga Zangada, Menina danada Zomba de mim Corre em zigue-zague Gosta da zebra, Corre atrás do zangão: Zum zum zum... Zzzzzzzzzzzzzzzzzzz... Luiz Ribeiro: voz, violão, violão nashville, baixo, percussão

QUE NOME VOCÊ TEM? (Luiz Ribeiro)




A de Antônio, Ana, Andréa

B de Bia, tem também C de Cris, I de Ivan Que nome você tem? G Gustavo, R Raquel, S Sônia, D Daniel, Com que letra será Que começa o seu? Tem nome comprido, curto, engraçado, Tem nome com outro dentro também Qual é o nome de quem tá do lado? Qual o nome parece o de alguém? Tem nome simples, nome composto Tem nome que começa com H Qual é o nome que eu mais gosto? Qual o nome que eu vou procurar? Tatiana Parra: voz e vocais Luiz Ribeiro: violão, baixo, percussão

MARIA DO CÉU (Luiz Ribeiro)


Um dia Maria

Do céu se cansou E como queria Ela escorregou Num raio de lua Viu um rouxinol E a estrela que é sua Num pedaço de sol E da nuvem fez um vestido Cor de arco-íris molhado E pra quem tiver um pedido Com uma rima alcança o sonhado E cada desejo Bem simples vai ser Um pequeno beijo Um café pra aquecer E pra cada pedido Que o poema brotar, De um simples vestido, Ou de um jogo de azar, Pensando com força e vontade Virá do horizonte, Maria, Da terra e de toda verdade E fará nascer mais um dia Gisella: voz Luiz Ribeiro: violões, baixo, percussão

JEITO DIFERENTE (Luiz Ribeiro)




O caboclo olha a gente

Ta querendo prosear Tem a fala diferente, O povo desse lugar Eles vão plantar semente Você vai ver que vai brotar Se chover de repente Eles vão todos voltar Cava a terra , faz buraco, Dá um palmo pra espaçar Broto nasce no molhado Sol já vem e faz brotar No Brasil tem muita gente Muito jeito de falar Pra escrever é diferente Só de um jeito é que dá Luiz Ribeiro: voz, violões, baixo, percussão

ASSOMBRAÇÃO (Luiz Ribeiro)









Eu vou indo pelo caminho
Tenho medo de assombração Quando eu estou sozinho Mete medo bicho-papão Boto reparo no passarinho Que parece um avião Brinco com um tatuzinho Que parece um caminhão Bom é olhar a janela E ver todo o vale verdinho Comida já ta na panela Arroz, feijão, picadinho Sair pra pescar de tarde Ribeira, rio, riachinho O sol vai batendo que arde A água cheia de peixinho Vem chegando a escuridão E a lua faz sombra gigante Ascende esse meu lampião E o medo vai embora num instante Cachorrão que assusta de noite É um cachorrinho de dia Late de trás deste muro E com ele eu faço folia Gisella: voz Luiz Ribeiro: violão, violão nashville, baixo, percussão


JABUTICABA (Luiz Ribeiro)




JA Ja BU bu RU rú
Já voou Jaburu Se aninhou JA Ja BU bu TI ti Demorou Jabuti Se atrasou JA Ja BU bu TI ti CA ca BA ba Jabuticaba já acabou BO bo LA la DA da Já levou TO to MA ma TE te Já comeu CA ca SA sa CO co Aqueceu PI pi PO pó CA ca Já pulou BA ba NA na NA na Madurou CA ca BA ba NA na Lá alguém já morou Tatiana Parra: voz e vocais Luiz Ribeiro: voz, violões, baixo, percussão


CADA UM (Luiz Ribeiro)




Cada um é um
Uma cara, uma voz Junta com mais um "Eu e você", vira "nós" Ninguém é igual Nem no olho, nem no pé Único afinal Com seu gosto, sua fé Pode ser bonito, alto, Chato ou legal Esperto, inteligente, Ou quem ri no final Magra ou bondosa, Muito especial, Pode ter inveja, Ou ter um sinal Cada um, um jeito Uma casa, um lugar O que se tem feito Bons amigos e jogar Um ta mais sozinho Outro na multidão Cada um tem seu caminho Sua opinião Pode ser bonito, alto, Chato ou legal Esperto, inteligente, Ou quem ri no final Magra ou bondosa, Muito especial, Pode ter inveja, Ou ter um sinal Cada um uma voz junta com vira nós ninguém é nem no pé afinal sua fé cada um um lugar o que faz e jogar um ta mais multidão cada um opinião Tatiana Parra: voz Luiz Ribeiro: violão, baixo, percussão


TOMA LÁ, DÁ CÁ (Luiz Ribeiro)



Toma lá, dá cá

Que bicho que troca

Vai correndo, vai lá Olha o tatu na toca Toma lá, da cá Escolhe com a rima To esperando falar O que você prefere menina Será que ela vai querer O pato na panela A vaca amarela O leite com canela? Será que vai preferir O beijo do pato O queijo do rato O bocejo do gato? Será que ela vai querer A joaninha da roça A pombinha na poça Ou a galinha que é nossa? Será que vai preferir O barulho que é chato O mergulho do pato Ou o mês de julho no mato? REFRÃO E se ela não preferir O que é que vai ser O que faz você rir O que você vai querer? O bicho livre é feliz a foca vira atriz pombinha escreve com giz e o urubu pede bis! Tatiana Parra: voz e vocais Luiz Ribeiro: violão, violão nashville, baixo, percussão

MALA MALETA (Luiz Ribeiro)





Tá na mala que tá na sala

Tá na maleta que tá na gaveta Tá na panela que tá na janela A bala, a bula, a bola e a Bela O Menino Bola de meia A aranha Cola da teia A menina Boneca amarela E o leite Caneca e canela O cachorro Briga com o gato Galinha Intriga com o pato E o rato Procura um queijo Dorminhoca A cura é um beijo REFRÃO Joaninha Mora na roça Pombinha Se molha na poça João-de-Barro Constrói a casa Urubu Me dá uma asa Pernilongo Barulho chato Pescaria Mergulho de pato Cobra Cega Jogo de escuro E a Molecada Pula o muro Tatiana Parra: voz e vocais Luiz Ribeiro: violão, baixo, percussão

A VELHA A FIAR (Folclore brasileiro, adapt. Luiz Ribeiro)





Estava a velha no seu lugar

E veio o tatu lhe incomodar O tatu na velha e a velha a fiar Estava o tatu no seu lugar, E veio pato lhe incomodar O pato no tatu O tatu na velha E a velha a fiar Estava o pato no seu lugar E veio o bode lhe incomodar O bode no pato O pato no tatu O tatu na velha E a velha a fiar Estava o bode no seu lugar E veio a vaca lhe incomodar A vaca no bode O bode no pato O pato no tatu O tatu na velha E a velha a fiar Estava a vaca no seu lugar E veio a foca lhe incomodar A foca na vaca A vaca no bode O bode no pato O pato no tatu O tatu na velha E a velha a fiar Estava a foca no seu lugar E veio o galo lhe incomodar O galo na foca A foca na vaca A vaca no bode O bode no pato O pato no tatu O tatu na velha E a velha a fiar Estava o galo no seu lugar E veio o rato lhe incomodar O rato no galo O galo na foca A foca na vaca A vaca no bode O bode no pato O pato no tatu O tatu na velha E a velha a fiar Estava o rato no seu lugar E veio o sapo lhe incomodar O sapo no rato O rato no galo O galo na foca A foca na vaca A vaca no bode O bode no pato O pato no tatu O tatu na velha E a velha a fiar... Tatiana Parra: voz Luiz Ribeiro: violão, percussão, baixo

TECO TRECO (Luiz Ribeiro)



Que língua esquisita

Que língua engraçada Mudando uma letra Transforma a palavra Teco treco Paca placa Pato prato Taça traça A paca é um bicho A placa objeto O teco é um pedaço O treco outro treco Teco treco Paca placa Pato prato Taça traça O pato tem pena O prato comida A traça tem fome A taça bebida Teco treco Paca placa Pato prato Taça traça Tatiana Parra: voz Luiz Ribeiro: voz, violão, violão nashville, baixo

 CURIOSIDADE (Luiz Ribeiro)




O que será que ta escrito ali?

O que será que tem naquela placa? O que será que ele viu no mapa? O que será que ta escrito aqui? Tem nome de rua Alameda, avenida Tem nome até a lua Tem de tudo nessa vida Na praça, na igreja Farmácia e padaria Um nome ou o que seja E é mais fácil ler de dia Padaria São João Farmácia São José Tem o bairro do limão Tem a marca do café A placa no caminhão O nome da oficina Um tipo de feijão O nome da menina Importante é ler Saber é divertido Pra não se esquecer Pra não ficar perdido Letra que combina Faz silaba brotar Palavra trás a rima A frase eu vou falar! Tatiana Parra: voz e vocais Luiz Ribeiro: violão, baixo, percussão

O Palhacinho

Eu vou contar a estória Do palhacinho Pimpão Era um palhaço engraçado Que só mexia com a mão Trá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá Trá, lá, lá...