domingo, 8 de outubro de 2017

Certas Coisas

Lulu Santos






Não existiria som

Se não houvesse o silêncio

Não haveria luz

Se não fosse a escuridão

A vida é mesmo assim

Dia e noite, não e sim




Cada voz que canta o amor não diz

Tudo o que quer dizer

Tudo o que cala fala

Mais alto ao coração

Silenciosamente eu te falo com paixão




Eu te amo calado

Como quem ouve uma sinfonia

De silêncios e de luz

Nós somos medo e desejo

Somos feitos de silêncio e som

Tem certas coisas que eu não sei dizer




A vida é mesmo assim

Dia e noite, não e sim




Cada voz que tanto amou não diz

Tudo o que quer dizer

Tudo o que cala fala

Mais alto ao coração

Silenciosamente eu te falo com paixão




Eu te amo calado

Como quem ouve uma sinfonia

De silêncios e de luz

Nós somos medo e desejo

Somos feitos de silêncio e som

Tem certas coisas que eu não sei dizer

Quero Começar

Tiquequê






Quero começar, mas não sei por onde

Onde será que o começo se esconde?


Será que o mundo começou em janeiro?

Será que o amor começou com um beijo?

Será que a noite começa no dia?

Será que a tristeza é o fim da alegria?


Será que o mar termina na areia,

Ou ali é o começo de uma vida inteira?

Taí o mistério que chegou até mim

Será que o mundo tem começo, meio e fim?


Quero começar, mas não sei por onde

Onde será que o começo se esconde?


Será que o universo um dia começou?

E esse dia especial, quem será que inventou?

Será que Deus um dia nasceu?

Será que o choro dele foi igual ao meu?


Quero começar, mas não sei por onde

Onde será que o começo se esconde?

sábado, 7 de outubro de 2017

Brincando Na Chuva


Patati e Patata



Ontem tive um sonho tão legal

Ia pelo mundo, viajando sem parar

Fui por desertos e vales

Rios, montanhas e mares

Hoje vi o céu escurecer

Tinha tantas nuvens que não dava pra contar

Acho que a natureza, veio pra nos ajudar




E a chuva caiu, molhando o chão

Crescem as flores, nascem a plantação

E o céu se abriu, em todo lugar

Todos sorrindo, vamos juntos brincar 2x

Brincando na Chuva

Rubinho do Vale






Olha a chuva caindo caindo

É São Pedro lavando o céu

Molhando a poeira da terra

E o menino remando um barquinho de papel


Quando eu era ainda um menino

Crescendo lá no interior

Vivendo as belezas da vida

Sem medo, tristeza, sem dor

Brincava naquela enxurrada menina

São Pedro era o meu remador


Olha a chuva caindo caindo

Olha a chuva caindo caindo

É São Pedro lavando o céu

Molhando a poeira da terra

E o menino remando um barquinho de papel



É chuva que vem e que passa

É tempo que vem e que vai

E hoje eu não sou mais menino

Não brinco na chuva que cai

Mas vejo uma menina bonita brincando

Do jeito que brincou seu pai


E ela brincando na chuva

Vendo um barquinho navegar

E o tempo passando anuncia:

-Um dia você vai parar

Mas há de ver outro barquinho na chuva

Com outra criança a remar

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Sarapico

Casa da Rua do Amor




Santa luzia passou por aqui
No seu cavalinho comendo capim;
Perna de banco,
Nariz de cupim
Sarapico, pico, pico
Quem te deu tamanho bico?
Foi a velha chocalheira
Come ovos e manteiga.
Os cavalos a correr,
As meninas a aprender,
Quem será a mais bonita
Que irá se esconder?
Sarapico, pico, pico
Quem te deu tamanho bico?
Foi a filha da rainha
Que está presa na cozinha
Salta a pulga na balança
Dá um pulo e vai à frança!

Corre corre cavalinho meu cavalinho de pau
Corre corre bem de pressa antes que acabe a ilusão
Se hoje sou um sonhador, amanhã serei ou não...

O Sol

Casa da Rua do Amor


O sol traz alegria
O sol traz poesia
O sol traz amor também
O sol traz o sorriso
E atrás dele o arco-íris.

Seu Nome

Música Em Família



 




Se eu pensar em alguém

Pra me ajudar a qualquer hora

Vou pensar em você

Desde que eu era bebê

Eu não me canso

De chamar o seu nome




Se eu pudesse voar

Com um foguete até a lua

Eu levaria você

Mesmo que eu fosse um e.t.

Eu não me canso

De chamar o seu nome




Eu não me canso de você, eu não me canso

Das histórias com você, eu não me canso

Nem das piadas que não têm

Mais graça de tão velhas




Se eu pensar em alguém

Pra me ajudar a qualquer hora

Vou pensar em você

Desde que eu era bebê

Eu não me canso

De chamar o seu nome




Eu não me canso de você, eu não me canso

Das histórias com você, eu não me canso

Nem das piadas que não têm

Mais graça de tão velhas




Se eu pudesse voar

Com um foguete até a lua

Eu levaria você

Mesmo que eu fosse um e.t.

Eu não me canso

De chamar o seu nome

De chamar o seu nome

De chamar o seu nome

Eu não me canso

De chamar o seu nome

Sem perceber


Música em Família



Sem perceber
A semente se transforma em árvore
A lagarta vira borboleta
E o vento vai contando a história

Sem perceber
A gota se transforma em nuvem
O amarelo vai ficando verde
E o tempo vai contando a história

Sem perceber
Os olhares vão virando flores
As estrelas vão virando nomes
E a gente muda de dentro pra fora

Sem perceber
A certeza se transforma em dúvida
Os abraços vão ficando livres
E as ondas vão contando a história

Sem perceber
O barulho vira pensamento
A janela se transforma em sonho
E as folhas vão contando a história

Sem perceber
As pessoas vão ficando próximas
Os chinelos vão ficando gastos
E as pedras vão contando a história

Sem perceber
Os amigos vão ficando velhos
O sorriso vai ficando largo
E a gente muda de dentro pra fora

Sem perceber
Os olhares vão virando flores
Sem perceber
As estrelas vão virando nomes
Sem perceber
As pessoas vão ficando próximas
Sem perceber
Os chinelos vão ficando gastos
Sem perceber
Os amigos vão ficando velhos
Sem perceber
O sorriso vai ficando largo
Sem perceber
A semente se transforma em árvore
Sem perceber
A lagarta vira borboleta
Sem perceber
E a gente muda de dentro pra fora
Sem perceber
E a gente muda de dentro pra fora
Sem perceber
E a gente muda de dentro pra fora
Sem perceber
E a gente muda de dentro pra fora
Sem perceber

Não custa nada


Música em Família





Não custa nada
Eu descobri que as coisas boas da vida são de graça, não custam nada
Eu descobri que o mundo inteiro pode ser o meu jardim, a minha casa
O teu abraço não custa nada
Um beijo seu não custa nada
A boa ideia não custa nada
Missão cumprida não custa nada
E quando tudo parecer que está perdido dê uma boa gargalhada

Eu descobri que as coisas boas da vida são de graça, não custam nada
Eu descobri que o mundo inteiro pode ser o meu quintal, a minha casa
O pôr do sol não custa nada
A brincadeira não custa nada
Um gol de placa não custa nada
Vento no rosto não custa nada
E quando tudo parecer que está perdido dê uma boa gargalhada

A flor do campo não custa nada
Onda do mar não custa nada
A poesia não custa nada
A nossa história não custa nada
Fruta no pé não custa nada
Água da fonte não custa nada
Banho de sol não custa nada
Um bom amigo não custa nada
E quando tudo parecer que está perdido dê uma boa gargalhada
Eu descobri que as coisas boas da vida são de graça, não custam nada (4X)
Não custam nada

Pé de Maravilha

Osso Banda






Ô dá licença, minha gente
Eu tô com pressa de chegar
Lá na frente é que começa
Vem s'imbora, vamos lá
Hoje eu vou plantar um Pé de Maravilha
Um pé de Jatobá
Um Pé de Alegria
Hoje eu vou plantar um Pé de Goiabada
Um pé da casa da tia
Um pé de Um pé de poesia
Hoje eu vou plantar um pé de meio dia
Não vou me preocupar
Com a sua agonia
Hoje eu vou até sair do meu quadrado
Dizer que eu vou a pé
Até onde eu quiser

Trava-língua

Tiquequê





Cabaça, cabeça, cobiça, cabrocha, com bruxa

Olha o trava-língua

Batata, pateta, botina, patota, batuta

Êta nossa língua

Na sala, no selo, no sino, no sono, no susto

Olha o soluço

Trapaça, tropeça, tropica, pra troca, tripula

Eu já tô confuso




Trava, trevo, driblo, dobro, truco

Jafé, Jessé,Gisé, José, João

Mala, mela, minha, mola, mula

Saca, Zeca, chica, soca, chão

Coco do Trava Língua


Caju & Castanha



Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Rapa Ripa Rapa Rampa

Rampa Rampa Ripa Rapa

Campa Campa Capa Capa

Capa Capa Campa Campa

Capa que tampa e destampa

Sacuda, machuca e pisa

Visão, avisou, avisa

Pode vir quem me entender

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Pega o pente arranca o coco

Mergulha na pororoca

Faz um risco deixa broca

Da mais, da menos, da pouco

Pega palha tira o coco

Visto a calça e a camisa

É chuva, é sol e é brisa

O a o b e o c

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Gravador, grava e gravura

Se você quiser eu falo

Gringo, grilo, grego e galo

Gaveta, gato e gordura

Careta, caricatura

Balança, peso e baliza

Recebe, paga e indeniza

Cante depois de colher

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

E é dedo, é munheca, é mão

Vácuo, vago, verde, vela

Isca, anzol, peixe e baibela

Figo, bofe e coração

É sul, é norte, é sertão

É Ana, é Maria, é Gilza

Paula, Paulina e Genilza

Mesa e prato e comer

Duvido você dizer Rara lara lora liza

Duvido você dizer Rara lara lora liza

Duvido você dizer Rara lara lora liza

Duvido você dizer Rara lara lora liza

Vi um ralo velho relando com sua reladeira

Um relógio regulando com a sua reguladeira

Rato veio na carreira que quando corre desliza

Cantador leva uma pisa se não souber entender

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

É Lado, é banda, é costa, é frente

É frente, é banda, é costa, é lado

Casa, bangalô, sobrado

Côco, galope, repente

É nariz, é boca, é dente

Cantador que improvisa

Poeta que analisa

E que canta pra dar prazer

Duvido você dizer Rara lara lora liza

Duvido você dizer Rara lara lora liza

Duvido você dizer Rara lara lora liza

Duvido você dizer Rara lara lora liza

Gorguleja, aleija a língua

Venda, vagão, verde, vela

Garganta, goloso guela

Taquara e Taquaritinga

Minha força nunca míngua

Meu sapato nunca impina

Lhe disse Maria, Gilza

Cante para o povo entender

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Rapa Ripa Rapa Rampa

Rampa Rampa Ripa Rapa

Campa Campa Capa Capa

Capa Capa Campa Campa

Capa que tampa e destampa

Sacuda, machuca e pisa

Visão, avisou, avisa

Pode vir quem me entender

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Pega o pente arranca o coco

Mergulha na pororoca

Faz um risco deixa broca

Da mais, da menos, da pouco

Pega palha tira o coco

Visto a calça e a camisa

É chuva, é sol e é brisa

O a o b e o c

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza

Duvido você dizer Rara Lara lora liza





Trava Línguas

Cocoricó



Ai cansei, eu vou sentar e relaxar as costas no chão

E relaxar as costas no chão

Olhar pro céu, ver as nuvens passando

Devagar respirar

Mas de repente bate uma vontade de agitar




Um, dois, três, quatro!




Quando digo digo digo digo não digo Diogo

Quando digo Diogo, digo Diogo não digo digo

Quando digo digo digo digo não digo Diogo

Quando digo Diogo, digo Diogo não digo digo




Um, dois, três, quatro!




Na pia tem um prato, um pinto pia e um gato

Pinga a pia para o prato, pia o pinto e mia o gato

Na pia tem um prato, um pinto pia e um gato

Pinga a pia para o prato, pia o pinto e mia o gato




Huh!




Tecelão tece o tecido, em sete sedas de Sião tem sido a seda tecida

Na sorte do tecelão

Tecelão tece o tecido, em sete sedas de Sião tem sido a seda tecida

Na sorte do tecelão




Um, dois, três, quatro!




Onde "cês" vão?

Sei lá, passear

Quero ir também!

Então vem!




Lig-len, lig-len, lig-lig len-len, lig-lig len-len




Dito e Feito batendo no peito!

Pode mandar

Tum! Tum! Tum!




Quando digo digo Dito digo não digo Feito

Quando digo Feito digo Feito não digo Dito

Quando digo digo Dito digo não digo Feito

Quando digo Feito digo Feito não digo Dito




Uh hu! Oh ho!




E quem cocoricô, cocoricô

Quem não cocoricô, só no próximo cocoricó!

E quem cocoricô, cocoricô

Quem não cocoricô, só no próximo cocoricó!




Maior auê aí ó!

Alípio foi tomar banho de sol

Tava gostoso galera, tava gostoso lá no Rio

E agora que eu cheguei eu vou dizer um desafio

Pode mandar! Uh hu!




A Clara Crocodilo mordeu o dedão do pé do Arrigo Barnabé

E e pela cara da Clara, tinha chulé!

A Clara Crocodilo mordeu o dedão do pé do Arrigo Barnabé

E e pela cara da Clara, tinha chulé!

Bate-boca


Quatro por quatro








Forrobodó

Pó pará

Pó pará

Pó pará

Pó pará... já!

Papo com papo

Só papo

Com papo papô

Pô... pô... pô

Prá quem é bom de bate-boca,

pessoal, vamos brincar.

O nome dessa brincadeira é TRAVALÍNGUA,

quem for errando sai da roda.

Vamos lá que a confusão vai começar.

O peito do pé do pobre padre

padre Pedro é preto.

Tem um tigre, tem dois tigres

tem três tigres tristes

num ninho de mafagafo

cheio de mafagafinhos.

Desmafagador será quem os desmafagar e

na grade da gruta um grupo grande

de gringo gripado

grande gruta grade grega gringo grogue

Olha eu quero ver qual de vocês

consegue agora repetir tudo outra vez




Isso é bate-boca

é morde-beiço,

é quebra queixo,

é trinca-dente,

é troca-tudo,

é travalíngua.

Pessoal, vamos brincar,

vamos ver quem pode falar tudo que eu mandar

vamos tomar fôlego que é prá recomeçar,

vamos ver quem pode falar tudo que eu mandar

vamos tomar fôlego... (inspira forte)




O rato roeu roupa real

do rei Raul de Roma

Sapo seco e sapo safo

num saco de sapo

Quando a paca empaca, capa a paca

e faz paca capada.

Traga o prato, apronta o prato

que esse prato atrai

velha da bochecha murcha,

moça da bochecha inchada.

Toco podre, toco cru pegando fogo

olha eu quero ver qual de vocês

consegue agora repetir tudo outra vez.




O gringo grogue

troca tudo

O sapo sêco

morde beiço

O mafagafo

capa a paca

O padre Pedro

travalíngua

O pé do tigre... ficou preto

O rato safo rói o tôco

E o rei Raul mordeu a véia

E o coxixo deu bochicho

E a véinha bochechou

um chá de bucho

e a bochecha desinchou

É morde-beiço

É quebra-queixo

É trinca-dente

É troca-tudo

É travalíngua

É bate-boca

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Samba da escova de dente

Ale Carmani




Um dia desses acordei com uma ideia diferente
Isso acontece frequentemente
Fui ao banheiro e o espelho me olhava bem de frente
Fiz um xixi, lavei a mão e o rosto sem demora
Pois água não se joga fora
E fiz um samba escovando os dentes que ficou da hora!
Quem nao souber aprende agora!
Escova bem em cima, escova bem embaixo,
Escova bem no fundo, escova bem na frente,
Escova miudinho, escova ritmado
Escova ao som do samba da escova de dente!

O roc roc da escova fez um som supreendente
Minha família começou a sambar imediatamente
A vizinhança percebeu a animação
E se juntou à gente
E a rua toda chacoalhou com o samba
da escova de dente
Quem aprendeu canta com a gente.
Escova bem em cima, escova bem embaixo,
Escova bem no fundo, escova bem na frente,
Escova miudinho, escova ritmado
Escova ao som do samba da escova de dente!
Que é pra deixar a boca limpa e reluzente!

Historinha que deu certo

Pe. Zezinho



Era uma vez um passarinho
Que não podia voar
Tinha uma asinha mais curtinha
E por causa desta asinha
O passarinho pequenininho
Não arriscava, e não voava

Era uma vez um cachorrinho
Que não sabia brincar
Tinha uma perna mais curtinha
E por sofrer desta perninha
O cachorrinho pequenininho
Não arriscava e não brincava

Era uma vez um canarinho
Que não sabia cantar
Tinha um problema no biquinho
E por causa do biquinho
O canarinho pequenininho
Não arriscava e não cantava

Mas um dia o passarinho arriscou e voou
Mas um dia o cachorrinho arriscou e brincou
Mas um dia o canarinho arriscou e cantou
Não faz mal se não foi tudo como os outros
O importante é o que eles conseguiram

Bicho homem

Pe. Zezinho






Uma fonte ao longo do caminho
Borbulhante me disse assim
Não destrua esta mata que me cerca
O fim dela será o meu fim

Mais adiante encontrei um passarinho
Que trinando me segredou
Tá difícil criar um filhotinho
Desde quando você chegou

Bicho homem, bicho homem
Vê se aprende a conviver
Não queime sua própria casa
Se você não quer morrer

Um tuiuiú à beira do caminho
Foi gritando não leve a mal
Leve esta garrafa de volta pra cidade
Não polua o meu pantanal

Um jacaré a beira da lagoa
Foi dizendo ao me ver passar
Leva esta sujeira de volta pro teu barco
Vê se aprende a nos respeitar

Fui passear na fazenda

Pe. Zezinho




Fui passear na fazenda Esperança
Do pato que dança e do galo cantor
E vou contar para as outras crianças
Como é a fazenda do velho Nestor

Lá tem marreco e tem pato
E tem ganso e tem cavalo manso
Pra gente montar
Lá tem charrete e trator e carroça
E no meio da roça uma fonte a jorrar

Lá tinha um bode que fedia tanto
Que até fiquei tonto quando ele passou
Tinha um boizinho invocado e zangado
Que quando eu passei, quase que me chifrou

Tinha um carneiro bonito e faceiro
Que o dia inteiro limpava sua lã
Tinha galinhas lá no galinheiro
E um galo que achava que era um galã

Tinha uma vaca de leite exibida
Por ter sido a mãe de um bezerro campeão
Tinha um cachorro cansado de velho
Que nem levantava o focinho do chão

Vinte cavalos e um bando de patos
E algumas marrecas fazendo: cuem, cuem
Uma galinha toda arrepiada
Que cacarejava, nem vem que não tem

Lá tem goiaba, tem jabuticaba
Laranja e banana, caju e mamão
Queijo mineiro com doce caseiro
Comida quentinha ao pé do fogão

Tem limonada, tem mel e coalhada
Tem água filtrada, palmito e pastéis
Doce de leite, paçoca e torrada
Ninguém come menos de nove ou de dez

Mil pernilongos fazendo zumbido
Bem no meu ouvido, ai que estranha canção
Mil passarinhos azuis e verdinhos
Comendo goiaba, laranja e mamão

Tem um riacho correndo ali perto
Mas quem for esperto não vai lá brincar
É que o riacho está cheio de pedra
E se alguém escorrega vai se machucar

Tem muita flor na fazenda Esperança
Mas é proibido cortar e colher
Tem muita fruta pra toda criança
Mas é permitido colher e comer

Broa de milho, galinha no molho
Leitão e repolho, manteiga no pão
E carrapato e um gatinho zarolho
E mosquito e piolho e coceira na mão

Fui tirar leite de vaca malhada
Mas não saiu nada, ai que mico eu paguei
Trepei num galho de jabuticaba
Mas era tão liso que eu escorreguei

Mas vale a pena passear na fazenda
Por mais que eu aprenda, ainda quero voltar
Toda criança devia ter chance
De ver o que eu vi quando eu fui passear

Patorratafoca

Pe. Zezinho





(00:22:00)

O pato perguntou pra pata
O que é que a pata pensa
Quando o pato pisa na pata da pata
E a pata respondeu pro pato
Que a pata nem pensa
Quando o pato pisa na pata da pata
Pato que não pensa, pisa na pata da pata
E é muito pior pro pato
Quando o pato pisa na pata da pata

O rato perguntou pra rata o que é que a rata pensa
Quando o rato rói a roupa da rainha
E a rata respondeu pro rato que a rata nem pensa
Quando o rato rói a roupa da rainha
Rato que não pensa, rói a roupa da rainha
E é muito pior pro rato
Quando o rato rói a roupa da ratinha

O foca perguntou pra foca o que é que a foca pensa
Quando o foca esfola o focinho na faca
E a foca respondeu pro foca que a foca nem pensa
Quando a foca esfola o focinho na faca
Foca que não pensa, esfola o focinho na faca
E é muito pior pro foca
Quando a foca esfola o focinho da foca

O paralelepípedo

Pe. Zezinho



   
(00:19:13) (Começa aqui)


Eu tropecei num paralelepípedo
Quase que eu falei um palavrão

Mas pensei na minha mãe
Que falou pra eu não falar
Só que deu tanta vontade
Que eu lutei pra segurar
Não sou covarde, mas não sou herói

Pensei logo no meu pai
Que não fala palavrão
E uma vez quando falei
Deu-me um baita pescoção
Um outro desses eu não levo não

A coisa que coisou

Pe. Zezinho



Era uma vez uma coisa
Não sei que coisa que era

Era uma vez essa coisa
Que coisa, que coisa, que coisa

Quando essa coisa coisava
Que coisa, que coisa, que coisa

O mundo vazia uma coisa
Pra coisa parar de coisar

O bicho carpinteiro

Pe. Zezinho




Era uma vez um bicho carpinteiro
Ele mexia, ele mexia, ele mexia no que via
Ai o danado, bicho carpinteiro
Ele cheirava, ele tocava, ele fuçava no que via
Falava a mãe, falava o pai, falava a tia
Mas o bicho carpinteiro, ai, ai não resistia

Mexe no quarto, na cozinha
No banheiro e no quintal
Mexe na pia na panela
No sapato e no dedal
No gato e no cachorro
E na cadeira da vovó
Mexe no livro do papai
Come bolacha e engole o pó

Mexe, mexe, mexe, mexe
Até que a mãe não aguentou
Foi torcendo a orelha dele
E o bicho carpinteiro sossegou

Aí ele se meteu lá no canto
E chorou por três minutos
Aí ele viu uma formiguinha andando pela sala
E...........

Aí ele foi pra cama chupando o dedo
E chorou por dez minutos
Aí ele viu um risquinho passando pela parede
E, daí.......

E aí, lá foi ele de castigo de novo lá no canto
Chorou de novo três minutos
Aí ele viu um buraco na parede
O resto... eu conto no próximo disco
Bzzz bizzz, bzzzzz

Planetinha



No meio de milhões de astros

No meio de milhões de sóis

Existe um planetinha

Que gira, gira, gira

Gira sem parar

Vai girando, vai girando ao redor do astro rei

Leva um ano inteirinho para rodear o Sol

Leva vinte e quatro horas pra fazer um rodopio

É o meu planeta, o planeta Terra, o planeta azul

E eu moro nele no ocidente, hemisfério sul

Mas eu tenho uma historinha Muito triste pra contar

Estão sujando o meu planeta

Acabando com suas águas

Destruindo as suas matas

Poluindo o céu azul

Mais um pouco e não tem peixe

Não tem água e não tem vida

Mais um pouco e não tem aves

Não tem ar pra respirar

O que é que uma criança

Poderá fazer de bom

Para proteger a vida

E salvar o que restou

Quando eu crescer

Vou defender o meu planeta

E libertá-lo da destruição

Vocês verão, vocês verão.

As Plantinhas do Mato


Renato Teixeira








As plantinhas do mato
Curam caxumba
Quebranto e lumbago
Veneno de cobra
Bronquite, pigarro


Arruda, canela, jasmim e carqueja
Mamona, mostarda, loro e tabaco
Urucum, violeta, pitoco e pitanga
E um bom rezador
Pra curar nossas manhas

Busca Vida

Os Paralamas do Sucesso



Vou sair pra ver o céu

Vou me perder entre as estrelas

Ver daonde nasce o sol

Como se guiam os cometas pelo espaço

E os meus passos, nunca mais serão iguais

Se for mais veloz que a luz, então escapo da tristeza

Deixo toda a dor pra trás, perdida num planeta abandonado no espaço.

E volto sem olhar pra trás

No escuro do céu

Mais longe que o sol

Perdido num planeta abandonado

No espaço...

Ele ganhou dinheiro

Ele assinou contratos

E comprou um terno

Trocou o carro

E desaprendeu

A caminhar no céu

E foi o princípio do fim

Se for mais veloz que a luz

Então escapo da tristeza

Deixo toda a dor pra trás

Perdida num planeta abandonado

No espaço e volto sem olhar pra trás...

A bailarina e o astronauta

Tiê





Eu sou uma bailarina e cheguei aqui sozinha.

Não pergunte como eu vim,

porque já não sei de mim.

Do meu circo eu fui embora,

sei que minha família chora.

Não podia desistir,

se um dia, como um sonho ele apareceu pra mim.

Tão brilhante como um lindo avião.

Chamuscando fogo e cinzas pelo chão.

De repente como um susto,

num arbusto logo em frente,

aconteceu uma explosão,

afastando a minha gente.

Mas eu não quis ir embora, não podia ir embora.

Como se nascesse ali um amor absoluto pelo homem que eu vi.

Poderia lhe entregar meu coração.

Alma, vida e até minha atenção.

Mas vieram as sirenes e homens falando estranho.

Carregaram meu presente como se ele fosse um santo.

Dirigiam um carro branco e num segundo foram embora.

Desse dia até agora, não sei como, não pergunte, procuro por todo canto.




Astronauta, diz pra mim cade você, bailarina não consegue mais viver.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Plantar Sonhos

Grupo Coração Palpita




Água mole em pedra dura

Tanto bate até que fura

Água mole em pedra dura

Tanto bate até que fura

Vamos plantar sonhos

Vamos plantar sonho neste chão

Para que esta nossa realidade dura

Amoleça então uma chuva de algodão

Vamos plantar sonho lá

Vamos plantar sonho cá

Para que esse nosso solo seco

Floresça enfim, mil sementes no jardim

Água mole em pedra dura

Tanto bate até que fura

Água mole em pedra dura

Tanto bate até que fura

Vamos plantar sonhos

Vamos plantar sonho neste chão

Para que este nosso solo seco

Possa amolecer

Que nem maria mole, gelatina de limão

Que nem coração de mãe, de vô, de vó

Vamos plantar sonho lá

Vamos plantar sonho aqui

Para que esta nossa realidade dura

Amoleça então poesia e canção

Todo fruto um dia já foi sonho semente

Tudo que é criado já foi sonho pensado

Vamos plantar sonho então

Vamos plantar sonhos bons

Água mole em pedra dura

Tanto bate até que fura

Água mole em pedra dura

Tanto bate até que fura

Vamos plantar sonhos

Mundo bão

Banda Mirim





Ê mundo bão

tem farinha e tem feijão

tem jiló e tem mamão

tem batata e tem pinhão

pra descacá e depois come.


E mundo bão

tem carroça e pé no chão

tem galinha e gavião

tico tico e azulão

bem te vi e tem tiê


E mundo bão

tem capim e tem picão

margarida e algodão

tem graveto e grão e grão

e tudo o que a gente prantá


E mundo bão

deu a loca na estação

Tem o sol que é um clarão

estrela mais de um milhão

e lua de papo pro á


E mundo bão

capelinha de melão

vagalume e lampião

sapecado nesse chao

esse aqui é o meu lugar.


Música “Mundo Bão” de Kleber Albuquerque e Tata Fernandes.


segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Ai D'eu Sodade


Xangai




-Marido se alevanta e vai armá um mundé

Prá pegá u'a paca gorda

Prá nós cumê um sarapaté.

-Aruera é pau pesado, nué minha véa,

Cai e machuca meu pé

E ai d'eu sodade.

-Intonce marido se alevanta e vai na casa da tua vó

Buscá a ispingarda dela

Procê caçá um mocó.

-Só que no lajedo tem cobra braba, nué minha véa

Me morde e fica pió

E ai d'eu sodade.

-Marido se alevanta e vai caçá u'a siriema

Nois come a carne dela

E faiz u'a bassora das pena.

-Quem me dera tá agora, nué minha véa nos

Braço d'uma roxa morena

E ai d'eu sodade.

-Sujeito se alevanta e vai na casa do venderão

Comprá u'a carne gorda

Prá nois cumê um pirão.

-É que eu num tenho mais dinhero, nué minha véa

Fiado num compro não

E ai d'eu sodade.

-Marido se alevanta e vai na venda do venderin

Comprar déis metro de chita

Pra fazê ropa pros nossos fiin.

-Aí dent'o tem um cochão véi, nué minha véa

Dismancha e faiz u'as carça prá mim

E ai d'eu sodade.

-Disgramado te alevanta dexa di cê priguiçoso

O home qui num trabaia

Num pode cumê gostoso

-É que trabaiá é muito bom, nué minha véa

Mais é um poco arriscoso

E ai d'eu sodade.

-Marido te alevanta e vem tomá um mingau

Qui é prá criá sustança

Prá nois fazê um calamengau.

-Brincadeira de manhã cedo, nué minha véa

Arrisca quebrá o pau

E ai d'eu sodade.

-Marido seu disgraçado tu ai de morrê

Cachorro ai de ti latí

E urubu ai de ti cumê.

-Se eu soubesse disso tudo, nué minha véa

Eu num casava cum ocê

E ai d'eu sodade.

Sina de cigarra


Jackson do Pandeiro





Nasci com uma sina de cigarra

Aonde eu chegar, tem farra.

(coro repete)

Ei, ei, ei

Nasci pra cantar, eu cantarei

(coro repete)

Vive o pedreiro do prumo

A abelha do sumo

O pescador do anzol...

O campeão da taça

O camelô da praça

E eu canto forró.

(coro repete)

Quando há cigarra

Clarianas



Quando ouvir a cigarra cantar

Quando ouvir a cigarra cantar

Lembra que o sol vai raiar

De manha na berinha do mar




Cigarra canta pra se libertar

Eu canto pra não mais chorar

Esquecer a dor de viver

Descansar no zoinho doce




Cigarra canta pra se libertar

Eu canto pra não mais chorar

Espantar o mal de sofrer

Amar, amar não morrer




Quando ouvir a cigarra cantar

Quando ouvir a cigarra cantar

Lembra que o sol vai raiar

De manha na bierinha do mar




Letra e música : Naruna Costa 
Vocais: Martinha Soares, Naloana Lima e Naruna Costa 
Violão e Violibeca: Giovani Di Ganzá 
Viola Caipira: Agnaldo Nicoleti
 Zabumba e agogô: Fefê Camilo 
Album: GIRANDÊRA

Sabia?

(Pablo Bertola e Júlia Medeiros) 





Sabia que o sabiá Sabia assobiar? 
Sabia que o sábio não sabe adivinhar? 
Sabia que o escuro acende estrelas no céu? 
Sabia que o vento me leva igual papel? 
Sabia que é limpa a água do mar? 
Sabia que havia árvores lá? 
Sabia que pia um macuco no ar? 
Sabia que a vida é pra gente inventar? 
Sabia que é lindo o sol se deitar? 
Sabia que eu vi um homem sonhar? 
Sabia que ele ficou de ajudar? 
Sabia que assim tudo pode mudar? 

Cigarra

Ponto de Partida e Crianças de Araçuai,





Sina de cigarra é nascer na escala musical. 
Sinfonia de guitarras, sanfona, flautas, algazarra, 
aquecer a voz no sol. 
Sair pruma seresta, 
cantar durande a sesta, 
fazer festa no canavial. 
Depois de um dia quente, 
de cantar ardentemente, 
um vôo sideral no milharal. 
Enquanto primavera, 
compor uma canção, 
com flores bem singelas 
para explodir no verão.

Borboleta

Ponto de Partida e Crianças de Araçuai








Borboleta voa lenta
inventa letra, escreve o vento
e quando cisma escreve a brisa
faz soneto
faz poema ...
Escreve lua e estrela
na blusa de renda
lantejoula na bainha
na cintura laço de fita,
na barra da saia, sianinha.
Sonha oceano de tinta
Pra pintar as unhas
Sonhou enfeitar a lata
onde colhe a violeta
A borboleta com letra de professora primária
escreve a primavera
escreve a tarde com outras letras
feito chuva colorida
mas escreve a vida breve com a letra mais bonita.

O pintassilgo


Ponto de Partida e Crianças de Araçuai



O pintassilgo Silva
até ensurdecer a tarde,
recita versos,
soletra frases,
solfeja, solfeja e nem se cansa.
Salta de galho em galho
com seu fino terno
e um cachecol de agasalho.
O pintassilgo e seu filho pintagol,
pintam o céu de amarelo e anil.
O pintassigo silva quando nasce o sol
até esmorecer o azul,
depois dorme em silêncio,
descansa o bico,
não solta um pio.
Só pia em pensamento,
em algum momento,
sonhando a lição,
e só solta um silvo,
quando o escuro esquece
e deixa cair do bolso
um cisco de sol.

Ciranda dos passarinhos

Ponto de Partida e Crianças de Araçuai




Passarinho vai ligeiro
brinca, cisca, no terreiro
enche a algibeira de fubá.
Depois vai pro abacateiro,
que a tarde dorme no poleiro,
quando escuta o seu cantar.
Assanhaço assanha o cisco
Azulão zanza arisco com o pardal
lá pras banda do curral.
Sabiá seresteiro faz ciranda e assobia
Depois some na mata
Levando no peito o dia.

A Rosa

Pablo Bertola e Lido Loschi





A Rosa é rainha desde miudinha
Cercada de carinho
Protegida no seu reino por folhas e espinhos
Seria cantora, se não fosse rouca
Seria oradora, se não falasse baixinho
Mas quanta elegância na sua roupa de gala
que rara fragrância o seu hálito exala
A Rosa Sonia, Rosa Lara,
Rosa branca, rosa rouge
Rosa beata reza,
A Rosa vermelha é atriz
O riso da Rosa rosa parece riso de miss
Tanta Rosa poderosa
Mas se a Rosa se irrita
Desabrocha, fica murcha
Só pra nascer outra rosa
E mais bonita, mais cheirosa

Tatu do bem

Meninos de Araçuaí







Tá tudo bem, tatu

Tá tudo bem, tá!

Tatu, Tatu do Bem

Tá tudo bem, tá!


Tamanduá mandou dizer Tatu, tá tudo bem

A Terra ainda é azul, Tatu

E tem água de beber também


Já tem jabuticaba, Tatu

E a Jabuti teve neném

Lembra do Tuiuiú, Tatu?

Cresceu também

Tá todo tatuado, Tatu

Faz filosofia e diz que é zen


Tá tudo bem, Tatu…

Sabe o Tucano?

O tal cigano?

Mudou pra cá com a sua tenda de pano

A Sucuri mudou também

Era topetuda a danada, Tatu

Mas agora ela é do bem


Hoje é dona da pousada

E diz que tá lotada, Tatu

Pra temporada do ano que vem


Tá tudo bem Tatu…

Pode sair daí Tatu

Tá tudo bem

Fumaça é da cozinha, Tatu

E a grama que não tinha agora tem

O ar já tá limpinho, Tatu

O campo verdinho como ninguém


Pode sentar lá fora

Contar uma história

À luz da lua

Tatu, tá tudo bem! Pode sentar com a gente

Que o mundo tá diferente

À luz do dia

Tatu, tá tudo bem Tá tudo bem Tatu…

Ipê Amarelo

Ponto de Partida e Crianças de Araçuai







Ipê amarelo é tão belo,
Nada se compara a ele,
Parece assim, sorvete com confete de marshmallow.
Mas é mais que cor e sabor,
ele é singelo.
Mas singelo é pouco
pro ipê amarelo.
Não é a mais bela flor
mas ele é belo.
Parece suspiro, Ipê amarelo.
Doce de coco também é pouco
é mais um pouco ipê amarelo,
parece um castelo colorindo a colina
a crina de um cavalo sob o sol de rapina
É o intervalo entre a estrela e a purpurina,
É algo que não se denomina
mistério e nobreza de fogueira acesa
Um rei no seu trono 
Uma realeza.
Fosse animal, seria um camelo 
Se mineral, ouro em farelo 
Mas nada é tão claro 
Nada é igual ao Ipê Amarelo
Nada é igual esse tal 
De Ipê Amarelo
Nada é tão claro 
 Nada é igual.

domingo, 1 de outubro de 2017

Me sinto ótima

Banda do Mar






Cansei de carregar milhões de medos

Das pessoas que me cercam e me pesam de agonia

Eu já tenho lá os meus anseios, os meus receios

Que eu perco com a luz do dia

Eu tenho acordado cedo e me sinto ótima

Eu gosto do gosto da coragem

A melhor viagem é seguir a trilha que eu abri

Eu me achei no colo do meu par

A melhor parte de mim eu acabei de descobrir

E se perguntarem por mim, diga que estou ótima

O que está havendo em mim

Eu já nem sei dizer

Será que a sorte foi onde eu não posso ver

Eu tenho céu de abril

Pra desentristecer

Serei o que sobrar de mim

Sem nada a perder

Paciência


Lenine



Mesmo quando tudo pede

Um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede

Um pouco mais de alma

A vida não para

Enquanto o tempo

Acelera e pede pressa

Eu me recuso, faço hora

Vou na valsa

A vida é tão rara

Enquanto todo mundo

Espera a cura do mal

E a loucura finge

Que isso tudo é normal

Eu finjo ter paciência

O mundo vai girando

Cada vez mais veloz

A gente espera do mundo

E o mundo espera de nós

Um pouco mais de paciência

Será que é tempo

Que lhe falta pra perceber?

Será que temos esse tempo

Pra perder?

E quem quer saber?

A vida é tão rara

Tão rara

Mesmo quando tudo pede

Um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede

Um pouco mais de alma

Eu sei, a vida não para

A vida não para não

Será que é tempo

Que lhe falta pra perceber?

Será que temos esse tempo

Pra perder?

E quem quer saber?

A vida é tão rara

Tão rara

Mesmo quando tudo pede

Um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede

Um pouco mais de alma

Eu sei, a vida é tão rara

A vida não para não

A vida é tão rara

Joaninha formosa

Maiki Fabiani






JOANINHA FORMOSA

NA ROSA BRILHA, BRILHA

POUSADA NA PÉTALA

PARECE UMA ILHA.

O Poema A JOANINHA pertence ao livro ''"Uma Dúzia e Meia de Bichinhos, de Marciano Vasques, e foi musicado pelo maestro Maiki Fabiani.

Joaninha Colorida

Luis Perequê




Joaninha colorida
Diga quem são seus pintores
Será que são as borboletas
Roubando tinta das flores

Joaninha, Joaninha
Diga onde você mora
Se é na flor da laranjeira
Ou na seda da amora

Gira, gira Joaninha
Na roda do girassol
Beija-flor voa girando
Desenhando caracol

Quem pintou suas asas Joaninha
Ensinou a lagarta a virar borboleta
Ensinou o macaco a fazer careta
Ensinou a aranha a fugir da vespa
Vagalume que acende sem lanterna
Nem deu asas pra cobra, nem deu pernas
E encheu toda a terra de beleza
Quem pintou a Joaninha
Foi a mão da natureza.
É...

Quem pintou a Joaninha
foi a mão da natureza.

Uma Palavra


Márcio Coelho & Ana Favarett





Uma palavra bonita

Uma palavra de dor

Uma palavra islamita

Uma palavra nagô




Uma que habita meus sonhos

Outra que o vento levou

Quando escrevi na areia

O nome do meu amor




Uma palavra calada, silêncio

Uma palavra tristonha, morte

Uma palavra gelada, sorvete

Uma palavra risonha, gargalhada




Uma palavra macia, almofada

Uma palavra gostosa, chocolate

Uma palavra esguia, cobra

Uma palavra gasosa, pum




Uma palavra bendita

Uma palavra de amor

Palavra vietnamita

Palavra de algum funiô




Uma que eu dei de presente

Outra meu pai me mandou

Pra que eu ficasse contente

E voltasse a bater meu tambor




Uma palavra cantada, canção

Uma palavra esquecida, latim

Uma palavra molhada, chuva

Uma palavra latida, au-au




Uma palavra de fada, pirlimpimpim

Uma palavra escondida, tesouro

Uma palavra pintada, onça

Uma palavra fedida, cocô



Esta canção está no CD Eu não gosto de cebola.

Flores e jardins

Zizi Possi





Roupa no varal

Grilo, paturi

Paca, irerê

No céu, bem-te-vi



Um Sapo caruru

Touceira de capim

Bagre, lambari

Abiu, romã e açaí


Fundo de quintal

Visgo no alçapão

Jaca, sapoti e bodoque na mão


Jaboticabal

Lenha no fogão

Biquinho, tiê e azulão


Ah, olha o sanhaço

Voa um tico-tico

Ouve uma cigarra abrindo o verão


Mê a sua mão

Se junte a mim

Que há flores lindas no jardim


Mê a sua mão se junte a mim

Que há flores lindas no jardim

Cantando essa canção

Sorrindo assim

Pr'um tempo que não vai ter fim

O Cravo e a Rosa


O Cravo e a Rosa
Cantiga Popular




O Cravo brigou com a rosa

Debaixo de uma sacada.

O Cravo ficou ferido     

E a Rosa despedaçada.

O Cravo ficou doente

(A Rosa foi visitar).

O Cravo teve um desmaio,

(A Rosa pos-se a chorar).

Tiquequê







O cravo brigou com a rosa

Debaixo de uma sacada

O cravo saiu ferido

E a rosa, despedaçada




O cravo ficou doente

E a rosa foi visitar

O cravo teve um desmaio

E a rosa pôs-se a chorar




Mas logo ele acordou

Ela nem pode acreditar

E então num longo abraço,

Prometeram não mais brigar




Mas nem passou uma semana

Tiveram outra discussão

O cravo disse “me esquece”

E a rosa “não tem perdão”




Eis que uma menininha

Debruçou-se naquela sacada

E ao ver tão triste cena

Lhes disse, indignada




“Não briguem, ó belas flores

Que me parte o coração

Não posso vê-las sofrer

Cada vez que canto essa canção




Nunca se viu flores brigarem

Quem foi que fez esse refrão

Por que não fazem logo as pazes

E põe um fim nessa questão”




O cravo olhou para a rosa

E a rosa também olhou

Mas era um olhar distante

E isso não lhe agradou




E então

O cravo brigou com a rosa

Debaixo de uma sacada

O cravo saiu ferido

E a rosa, despedaçada

O Galho e a Roseira

(Saulo Ligo)





Bem podei, pode podar
Mal podei, não poderia
Se eu pudesse te amar,
Também te amararia

No gaio a roseira desbrochou
No peito, uma pétala abriu
No gaio a roseira desfoiou
Do zóio, uma lágrima caiu

Tem gente que vive longe, mas tem coração grudado
Tem gente que vive perto e só anda separado

Vanessa Moreno – vozes, percussão vocal /corporal
Fi Maróstica – baixo acúsitico, percussão vocal /corporal

Participação:
Gabriel Altério - palmas

Pé de Manacá

Hervé Cordovil e Mariza Pinto Coelho




Lá detrás daquele morro tem um pé de manacá.

Nós vam' casá e vam' prá lá.

'Cê quer? 'cê quer?

Eu quero te levar, eu quero te agradar

Eu quero me casar e te levar prá lá.

'Cê vai? 'cê vai?

Eu 'panho toda "fro" do pé de manacá

E faço uma coroa para te enfeitá

'Cê quer? 'cê quer?


(Baião da época em que o ritmo estava na crista da onda, gravado na RCA Victor em 22 de junho de 1950 e lançado em setembro do mesmo ano, disco 80-0686-A, matriz S-092695. Como a marca do cachorrinho Nipper não tinha estúdio de gravação em São Paulo, Isaurinha Garcia e Hervê Cordovil viajaram até o Rio de Janeiro para fazer o registro. Hervê preparou a orquestração (e regeu também a orquestra), mas ninguém queria gravar o baião em dueto com a "personalíssima". E, naquela emergência, o próprio Hervê o acabou fazendo, posto que ele e Isaurinha já o cantavam juntos há tempos nos programas musicais da Rádio Record paulistana, então "a maior". Resultado: sucesso! Samuel Machado Filho.)

Manacá da Serra

Dani Lasalvia




Manacá da serra, maninha, deu dois tipos de flor.
Manacá da serra, maninha, deu dois tipos de flor.
Uma bem lilás a outra mais pro lado do branco,
quase cor de rosa.
Mas quem mais me atrai é a perfumosa dama da noite
que no açoite do vento vai perfumando o mato.
Que no açoite do vento vai perfumando o mato.
O mato escuro onde causa espanto ouvir-se o canto da mãe da lua,
onde flutua um ziguezague fosforecente que mais parece estrelas cadentes
iluminadas pelo perfume mas não é nada.
É só a cantiga da mãe da lua e a dança louca dos vagalumes.
Mas! não é nada...
É só a cantiga da mãe da lua e a dança louca dos vagalumes.

Manacá da serra, ó maninha, deu dois tipos de flor.
Manacá da serra, ó maninha, deu dois tipos de flor.
E a dama da noite,
preferiu a noite e caiu no açoite do vento.
Ensinou que o canto é o perfume do pensamento voando lento. e o perfume é a asa da flor.
Ensinou que o canto é o perfume do pensamento voando lento, e o perfume é a asa da flor.
Ensinou que o canto é o perfume do pensamento voando lento, e o perfume é a asa da flor.

O Girassol

Vinicius de Moraes






Sempre que o sol

Pinta de anil

Todo o céu

O girassol

Fica um gentil

Carrossel




Roda, roda, roda

Carrossel

Roda, roda, roda

Rodador

Vai rodando, dando mel

Vai rodando, dando flor




Sempre que o sol

Pinta de anil

Todo o céu

O girassol

Fica um gentil

Carrossel




Roda, roda, roda

Carrossel

Gira, gira, gira

Girassol

Redondinho como o céu

Marelinho como o sol

Roda Roda Girassol



Roda, roda, roda girassol
Roda, roda sem parar.
Pois quando eu contar
É um, é dois , é três
A roda de volta vai girar.
Roda, roda, roda girassol
Roda, roda sem parar.
Pois quando eu contar
É um, é dois , é três
A roda de volta vai girar.

Venha pra roda, me dê a mão,
Girando, girando até cansar...
Na roda todos somos irmãos
Somos crianças, queremos
É brincar.
Roda, roda, roda girassol
Roda, roda sem parar.
Pois quando eu contar
É um, é dois , é três
A roda de volta vai girar.

De roda se brinca no carnaval,
De roda se brinca no São João,
Na roda você brinca em volta de mim
Para conquistar meu coração.
Roda, roda, roda girassol
Roda, roda sem parar.
Pois quando eu contar
É um, é dois , é três
A roda de volta vai girar.




(Música: Roda Girassol (Pedro Saint Germain & Rafael Prista)
Produzido por Carlos Savalla em 1998 
Capa de Vicente Maiolino 
Percussão: Marcos Amma 
Violões e Guitarra Portuguesa: Rafael Prista 
Coro: Jurema de Candia, Marcio Lott, Pedrinho Lopes & Xico Pupo)

Girassol

Histórias de Cantar




Se um girassol ao pôr do sol parece sorrir,
Pois fica com a certeza que a noite está p'ra vir!


Olha o girassol
Diz adeus ao sol
Sorri tu também
A noite é bem bonita,
O girassol que o diga.
Chega a noite e o luar,
Chega a hora de descansar.
Dorme em sossego que o dia já vai voltar!


Se um girassol ao pôr do sol parece sorrir,
Pois fica com a certeza que a noite está p'ra vir!


'Girassol'
do Livro Histórias de Cantar
de Margarida Fonseca Santos
Orquestrações de Francisco Cardoso
Ilustrações de Carla Nazareth
2006; Juventude Musical Portuguesa.

O Palhacinho

Eu vou contar a estória Do palhacinho Pimpão Era um palhaço engraçado Que só mexia com a mão Trá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá Trá, lá, lá...