Santa luzia passou por aqui No seu cavalinho comendo capim; Perna de banco, Nariz de cupim Sarapico, pico, pico Quem te deu tamanho bico? Foi a velha chocalheira Come ovos e manteiga. Os cavalos a correr, As meninas a aprender, Quem será a mais bonita Que irá se esconder? Sarapico, pico, pico Quem te deu tamanho bico? Foi a filha da rainha Que está presa na cozinha Salta a pulga na balança Dá um pulo e vai à frança!
Corre corre cavalinho meu cavalinho de pau Corre corre bem de pressa antes que acabe a ilusão Se hoje sou um sonhador, amanhã serei ou não...
A semente se transforma em árvore A lagarta vira borboleta E o vento vai contando a história
Sem perceber A gota se transforma em nuvem O amarelo vai ficando verde E o tempo vai contando a história
Sem perceber Os olhares vão virando flores As estrelas vão virando nomes E a gente muda de dentro pra fora
Sem perceber A certeza se transforma em dúvida Os abraços vão ficando livres E as ondas vão contando a história
Sem perceber O barulho vira pensamento A janela se transforma em sonho E as folhas vão contando a história
Sem perceber As pessoas vão ficando próximas Os chinelos vão ficando gastos E as pedras vão contando a história
Sem perceber Os amigos vão ficando velhos O sorriso vai ficando largo E a gente muda de dentro pra fora
Sem perceber Os olhares vão virando flores Sem perceber As estrelas vão virando nomes Sem perceber As pessoas vão ficando próximas Sem perceber Os chinelos vão ficando gastos Sem perceber Os amigos vão ficando velhos Sem perceber O sorriso vai ficando largo Sem perceber A semente se transforma em árvore Sem perceber A lagarta vira borboleta Sem perceber E a gente muda de dentro pra fora Sem perceber E a gente muda de dentro pra fora Sem perceber E a gente muda de dentro pra fora Sem perceber E a gente muda de dentro pra fora Sem perceber
Não custa nada Eu descobri que as coisas boas da vida são de graça, não custam nada Eu descobri que o mundo inteiro pode ser o meu jardim, a minha casa O teu abraço não custa nada Um beijo seu não custa nada A boa ideia não custa nada Missão cumprida não custa nada E quando tudo parecer que está perdido dê uma boa gargalhada
Eu descobri que as coisas boas da vida são de graça, não custam nada Eu descobri que o mundo inteiro pode ser o meu quintal, a minha casa O pôr do sol não custa nada A brincadeira não custa nada Um gol de placa não custa nada Vento no rosto não custa nada E quando tudo parecer que está perdido dê uma boa gargalhada
A flor do campo não custa nada Onda do mar não custa nada A poesia não custa nada A nossa história não custa nada Fruta no pé não custa nada Água da fonte não custa nada Banho de sol não custa nada Um bom amigo não custa nada E quando tudo parecer que está perdido dê uma boa gargalhada Eu descobri que as coisas boas da vida são de graça, não custam nada (4X) Não custam nada
Ô dá licença, minha gente Eu tô com pressa de chegar Lá na frente é que começa Vem s'imbora, vamos lá Hoje eu vou plantar um Pé de Maravilha Um pé de Jatobá Um Pé de Alegria Hoje eu vou plantar um Pé de Goiabada Um pé da casa da tia Um pé de Um pé de poesia Hoje eu vou plantar um pé de meio dia Não vou me preocupar Com a sua agonia Hoje eu vou até sair do meu quadrado Dizer que eu vou a pé Até onde eu quiser
Um dia desses acordei com uma ideia diferente
Isso acontece frequentemente
Fui ao banheiro e o espelho me olhava bem de frente
Fiz um xixi, lavei a mão e o rosto sem demora
Pois água não se joga fora
E fiz um samba escovando os dentes que ficou da hora!
Quem nao souber aprende agora!
Escova bem em cima, escova bem embaixo,
Escova bem no fundo, escova bem na frente,
Escova miudinho, escova ritmado
Escova ao som do samba da escova de dente!
O roc roc da escova fez um som supreendente
Minha família começou a sambar imediatamente
A vizinhança percebeu a animação
E se juntou à gente
E a rua toda chacoalhou com o samba
da escova de dente
Quem aprendeu canta com a gente.
Escova bem em cima, escova bem embaixo,
Escova bem no fundo, escova bem na frente,
Escova miudinho, escova ritmado
Escova ao som do samba da escova de dente!
Que é pra deixar a boca limpa e reluzente!
Era uma vez um passarinho Que não podia voar Tinha uma asinha mais curtinha E por causa desta asinha O passarinho pequenininho Não arriscava, e não voava
Era uma vez um cachorrinho Que não sabia brincar Tinha uma perna mais curtinha E por sofrer desta perninha O cachorrinho pequenininho Não arriscava e não brincava
Era uma vez um canarinho Que não sabia cantar Tinha um problema no biquinho E por causa do biquinho O canarinho pequenininho Não arriscava e não cantava
Mas um dia o passarinho arriscou e voou Mas um dia o cachorrinho arriscou e brincou Mas um dia o canarinho arriscou e cantou Não faz mal se não foi tudo como os outros O importante é o que eles conseguiram
Fui passear na fazenda Esperança Do pato que dança e do galo cantor E vou contar para as outras crianças Como é a fazenda do velho Nestor
Lá tem marreco e tem pato E tem ganso e tem cavalo manso Pra gente montar Lá tem charrete e trator e carroça E no meio da roça uma fonte a jorrar
Lá tinha um bode que fedia tanto Que até fiquei tonto quando ele passou Tinha um boizinho invocado e zangado Que quando eu passei, quase que me chifrou
Tinha um carneiro bonito e faceiro Que o dia inteiro limpava sua lã Tinha galinhas lá no galinheiro E um galo que achava que era um galã
Tinha uma vaca de leite exibida Por ter sido a mãe de um bezerro campeão Tinha um cachorro cansado de velho Que nem levantava o focinho do chão
Vinte cavalos e um bando de patos E algumas marrecas fazendo: cuem, cuem Uma galinha toda arrepiada Que cacarejava, nem vem que não tem
Lá tem goiaba, tem jabuticaba Laranja e banana, caju e mamão Queijo mineiro com doce caseiro Comida quentinha ao pé do fogão
Tem limonada, tem mel e coalhada Tem água filtrada, palmito e pastéis Doce de leite, paçoca e torrada Ninguém come menos de nove ou de dez
Mil pernilongos fazendo zumbido Bem no meu ouvido, ai que estranha canção Mil passarinhos azuis e verdinhos Comendo goiaba, laranja e mamão
Tem um riacho correndo ali perto Mas quem for esperto não vai lá brincar É que o riacho está cheio de pedra E se alguém escorrega vai se machucar
Tem muita flor na fazenda Esperança Mas é proibido cortar e colher Tem muita fruta pra toda criança Mas é permitido colher e comer
Broa de milho, galinha no molho Leitão e repolho, manteiga no pão E carrapato e um gatinho zarolho E mosquito e piolho e coceira na mão
Fui tirar leite de vaca malhada Mas não saiu nada, ai que mico eu paguei Trepei num galho de jabuticaba Mas era tão liso que eu escorreguei
Mas vale a pena passear na fazenda Por mais que eu aprenda, ainda quero voltar Toda criança devia ter chance De ver o que eu vi quando eu fui passear
O pato perguntou pra pata O que é que a pata pensa Quando o pato pisa na pata da pata E a pata respondeu pro pato Que a pata nem pensa Quando o pato pisa na pata da pata Pato que não pensa, pisa na pata da pata E é muito pior pro pato Quando o pato pisa na pata da pata
O rato perguntou pra rata o que é que a rata pensa Quando o rato rói a roupa da rainha E a rata respondeu pro rato que a rata nem pensa Quando o rato rói a roupa da rainha Rato que não pensa, rói a roupa da rainha E é muito pior pro rato Quando o rato rói a roupa da ratinha
O foca perguntou pra foca o que é que a foca pensa Quando o foca esfola o focinho na faca E a foca respondeu pro foca que a foca nem pensa Quando a foca esfola o focinho na faca Foca que não pensa, esfola o focinho na faca E é muito pior pro foca Quando a foca esfola o focinho da foca
Era uma vez um bicho carpinteiro Ele mexia, ele mexia, ele mexia no que via Ai o danado, bicho carpinteiro Ele cheirava, ele tocava, ele fuçava no que via Falava a mãe, falava o pai, falava a tia Mas o bicho carpinteiro, ai, ai não resistia
Mexe no quarto, na cozinha No banheiro e no quintal Mexe na pia na panela No sapato e no dedal No gato e no cachorro E na cadeira da vovó Mexe no livro do papai Come bolacha e engole o pó
Mexe, mexe, mexe, mexe Até que a mãe não aguentou Foi torcendo a orelha dele E o bicho carpinteiro sossegou
Aí ele se meteu lá no canto E chorou por três minutos Aí ele viu uma formiguinha andando pela sala E...........
Aí ele foi pra cama chupando o dedo E chorou por dez minutos Aí ele viu um risquinho passando pela parede E, daí.......
E aí, lá foi ele de castigo de novo lá no canto Chorou de novo três minutos Aí ele viu um buraco na parede O resto... eu conto no próximo disco Bzzz bizzz, bzzzzz
Borboleta voa lenta
inventa letra, escreve o vento
e quando cisma escreve a brisa
faz soneto
faz poema ...
Escreve lua e estrela
na blusa de renda
lantejoula na bainha
na cintura laço de fita,
na barra da saia, sianinha.
Sonha oceano de tinta
Pra pintar as unhas
Sonhou enfeitar a lata
onde colhe a violeta
A borboleta com letra de professora primária
escreve a primavera
escreve a tarde com outras letras
feito chuva colorida
mas escreve a vida breve com a letra mais bonita.
O pintassilgo Silva até ensurdecer a tarde, recita versos, soletra frases, solfeja, solfeja e nem se cansa. Salta de galho em galho com seu fino terno e um cachecol de agasalho. O pintassilgo e seu filho pintagol, pintam o céu de amarelo e anil. O pintassigo silva quando nasce o sol até esmorecer o azul, depois dorme em silêncio, descansa o bico, não solta um pio. Só pia em pensamento, em algum momento, sonhando a lição, e só solta um silvo, quando o escuro esquece e deixa cair do bolso um cisco de sol.
Passarinho vai ligeiro brinca, cisca, no terreiro enche a algibeira de fubá. Depois vai pro abacateiro, que a tarde dorme no poleiro, quando escuta o seu cantar. Assanhaço assanha o cisco Azulão zanza arisco com o pardal lá pras banda do curral. Sabiá seresteiro faz ciranda e assobia Depois some na mata Levando no peito o dia.
A Rosa é rainha desde miudinha Cercada de carinho Protegida no seu reino por folhas e espinhos Seria cantora, se não fosse rouca Seria oradora, se não falasse baixinho Mas quanta elegância na sua roupa de gala que rara fragrância o seu hálito exala A Rosa Sonia, Rosa Lara, Rosa branca, rosa rouge Rosa beata reza, A Rosa vermelha é atriz O riso da Rosa rosa parece riso de miss Tanta Rosa poderosa Mas se a Rosa se irrita Desabrocha, fica murcha Só pra nascer outra rosa E mais bonita, mais cheirosa
Joaninha colorida
Diga quem são seus pintores
Será que são as borboletas
Roubando tinta das flores
Joaninha, Joaninha
Diga onde você mora
Se é na flor da laranjeira
Ou na seda da amora
Gira, gira Joaninha
Na roda do girassol
Beija-flor voa girando
Desenhando caracol
Quem pintou suas asas Joaninha
Ensinou a lagarta a virar borboleta
Ensinou o macaco a fazer careta
Ensinou a aranha a fugir da vespa
Vagalume que acende sem lanterna
Nem deu asas pra cobra, nem deu pernas
E encheu toda a terra de beleza
Quem pintou a Joaninha
Foi a mão da natureza.
É...
(Baião da época em que o ritmo estava na crista da onda, gravado na RCA Victor em 22 de junho de 1950 e lançado em setembro do mesmo ano, disco 80-0686-A, matriz S-092695. Como a marca do cachorrinho Nipper não tinha estúdio de gravação em São Paulo, Isaurinha Garcia e Hervê Cordovil viajaram até o Rio de Janeiro para fazer o registro. Hervê preparou a orquestração (e regeu também a orquestra), mas ninguém queria gravar o baião em dueto com a "personalíssima". E, naquela emergência, o próprio Hervê o acabou fazendo, posto que ele e Isaurinha já o cantavam juntos há tempos nos programas musicais da Rádio Record paulistana, então "a maior". Resultado: sucesso! Samuel Machado Filho.)
Manacá da serra, maninha, deu dois tipos de flor.
Uma bem lilás a outra mais pro lado do branco,
quase cor de rosa.
Mas quem mais me atrai é a perfumosa dama da noite
que no açoite do vento vai perfumando o mato.
Que no açoite do vento vai perfumando o mato.
O mato escuro onde causa espanto ouvir-se o canto da mãe da lua,
onde flutua um ziguezague fosforecente que mais parece estrelas cadentes
iluminadas pelo perfume mas não é nada.
É só a cantiga da mãe da lua e a dança louca dos vagalumes.
Mas! não é nada...
É só a cantiga da mãe da lua e a dança louca dos vagalumes.
Manacá da serra, ó maninha, deu dois tipos de flor.
Manacá da serra, ó maninha, deu dois tipos de flor.
E a dama da noite,
preferiu a noite e caiu no açoite do vento.
Ensinou que o canto é o perfume do pensamento voando lento. e o perfume é a asa da flor.
Ensinou que o canto é o perfume do pensamento voando lento, e o perfume é a asa da flor.
Ensinou que o canto é o perfume do pensamento voando lento, e o perfume é a asa da flor.
Roda, roda, roda girassol
Roda, roda sem parar.
Pois quando eu contar
É um, é dois , é três
A roda de volta vai girar.
Roda, roda, roda girassol
Roda, roda sem parar.
Pois quando eu contar
É um, é dois , é três
A roda de volta vai girar.
Venha pra roda, me dê a mão,
Girando, girando até cansar...
Na roda todos somos irmãos
Somos crianças, queremos
É brincar.
Roda, roda, roda girassol
Roda, roda sem parar.
Pois quando eu contar
É um, é dois , é três
A roda de volta vai girar.
De roda se brinca no carnaval,
De roda se brinca no São João,
Na roda você brinca em volta de mim
Para conquistar meu coração.
Roda, roda, roda girassol
Roda, roda sem parar.
Pois quando eu contar
É um, é dois , é três
A roda de volta vai girar.
(Música: Roda Girassol (Pedro Saint Germain & Rafael Prista)
Se um girassol ao pôr do sol parece sorrir, Pois fica com a certeza que a noite está p'ra vir!
Olha o girassol Diz adeus ao sol Sorri tu também A noite é bem bonita, O girassol que o diga. Chega a noite e o luar, Chega a hora de descansar. Dorme em sossego que o dia já vai voltar!
Se um girassol ao pôr do sol parece sorrir, Pois fica com a certeza que a noite está p'ra vir!
'Girassol' do Livro Histórias de Cantar de Margarida Fonseca Santos Orquestrações de Francisco Cardoso Ilustrações de Carla Nazareth 2006; Juventude Musical Portuguesa.